Imagine-se na Roma Antiga. Você é Júlio César e precisa enviar instruções ao comandante do exército, que está no campo de batalha. Qualquer correspondência pode ser interceptada por inimigos no meio do caminho, então é preciso garantir que apenas o destinatário compreenda a mensagem. O que fazer?
O verdadeiro imperador romano, por volta de 58 a.C., utilizava um sistema de encriptação. O texto era escrito no alfabeto normal, mas sempre se utilizando três letras adiante. Trazendo essa lógica para o português, a frase “avançar tropas” ficaria “dydqfdu wursdv”.
Se um soldado inimigo tivesse acesso ao bilhete, veria apenas conteúdo desconexo. Porém, quem conhecia o código era capaz de decifrá-lo e compreender o comando. A Cifra de César não foi a primeira, mas tornou-se um dos métodos mais famosos de proteção de informações da Antiguidade.
Hoje, tecnologias mais avançadas garantem a privacidade dos dados, especialmente em ambientes on-line. É a chamada criptografia.
Para que serve a criptografia?
Em linhas gerais, a criptografia consiste num conjunto de técnicas que reforçam a segurança de uma mensagem. Os algoritmos servem para embaralhar o arquivo, de modo que ele se torne ininteligível. Somente emissor e receptor têm a chave de acesso, ou seja, o mecanismo que reorganiza o material.
Claro que os protocolos atuais são bem mais complexos que a Cifra de César. Embora militares tenham recorrido a essa estratégia por centenas de anos, bastou um único matemático para quebrá-la, como você pode conferir no vídeo abaixo. Na era digital, usam-se padrões como 3DES, TLS, SSL e RC AES.
Essa preocupação toda não diz respeito apenas a governos em guerra. Grandes empresas precisam resguardar seus segredos industriais. Ativistas políticos aproveitam a criptografia para assegurar o sigilo de suas conversas. Até mesmo você tira proveito desse recurso diariamente.
É sempre bom lembrar que o mundo conectado oferece vantagens, mas também ameaças. Nossos documentos estão na nuvem, uma alternativa a pendrives e HDs físicos. Dados pessoais como endereço, CPF e número do cartão de crédito são necessários em compras na Amazon, ou quando chamamos um Uber. Nossas movimentações bancárias acontecem pela internet.
Sem a criptografia, toda essa praticidade ficaria muito mais suscetível ao ataque de invasores. Crimes virtuais relacionados à espionagem e ao roubo de identidade poderiam se tornar ainda mais comuns.
Portanto, quando você fizer login num site e tiver que cadastrar informações sensíveis, verifique se o símbolo do cadeado aparece no canto do navegador. Trata-se de um site criptografado.
A criptografia garante 100% de segurança?
A criptografia ajuda a tornar a experiência do usuário mais segura. Não é para menos que a ferramenta de busca do Google prioriza sites com HTTPS (Hyper Text Transfer Protocol Secure). São endereços que incorporam tecnologias de encriptação. O navegador Chrome, inclusive, classifica páginas antigas (HTTP) como vulneráveis.
Contudo, esses protocolos não são suficientes para resguardar a confidencialidade de seus dados pessoais. Boa parte dos vírus e malwares invade computadores simplesmente porque alguma pessoa abriu a brecha. Por isso, reiteramos alertas de boas práticas na rede:
– Instale programas de defesa, como antivírus e firewall;
– Navegue apenas por sites confiáveis;
– Desconfie de links esquisitos, com muitas letras e números aleatórios;
– Não abra anexos .exe ou com extensões desconhecidas.
Criptografia e as fake News
Ainda, cabe destacar outra desvantagem das mensagens codificadas. Elas permitem a disseminação de conteúdo difamatório e notícias falsas, principalmente via Whatsapp. Como o aplicativo utiliza criptografia de ponta a ponta, as autoridades policiais têm dificuldade para rastrear a origem dos boatos.
Em entrevista ao site UOL Tecnologia, o engenheiro Aviv Ovadya explica que a sociedade está vendo apenas a ponta de um iceberg chamado “infocalipse“. Seria uma era em que inverdades podem ameaçar a democracia.
“Eu sei que o Whatsapp é um meio dominante de comunicação no Brasil. Estou preocupado com países onde a comunicação dominante é por grupos criptografados, como os do Whatsapp. Gosto da criptografia, mas ela torna bem difícil ver o quão penetrante a desinformação é”, comenta o também ex-chefe de tecnologia do Centro de Responsabilidade para Mídias Sociais, da Universidade de Michigan (EUA).
Aqui no blog, já falamos sobre o impacto nocivo das fake News. Confira o post e aprenda maneiras de identificá-las e combatê-las.
Gostou das dicas? Tomando os devidos cuidados, você tem tudo para trabalhar, jogar ou assistir a séries on-line sem preocupações.
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